Historia da arte
Gombrich salienta que este foi o pressuposto do mito evolucionista. Ignorando estas motivações específicas, teóricos e historiadores da arte tenderam a tomar todos esses estilos como manifestações primitivas que ainda não tinham alcançado o mais alto grau do desenvolvimento da representação - a "mimesis".
Vinculadas a funções ritualísticas e religiosas, geralmente essas outras tradições desenvolveram uma arte bastante estável, apresentando poucas mudanças ao longo do tempo. Tornando-se uma atividade autônoma, a arte ocidental ficou marcada pelo espírito experimental e investigativo, apresentando sucessivas transformações. Tomando a arte ocidental como um macro-estilo, vemos paulatinas mudanças a cada período histórico, a cada nacionalidade e ainda a marca individual de cada artista.
O interesse pela representação ilusionista da realidade surgiu na Grécia e representou um instigante hiato histórico dentro de produção "artística" da antigüidade, toda voltada para chamadas representações "conceituais" ou esquemáticas. Vimos que somente no Renascimento este interesse ímpar da arte grega foi resgatado, vindo a nortear todo desenvolvimento da arte ocidental até o século XIX quando começam a surgir os primeiros impulsos da arte moderna de ruptura da figuração ilusionista até ao abstracionismo.
O ponto central das idéias de Ernest Gombrich, teórico que estabeleceu a ponte entre a História da Arte e as teorias da linguagem, foi opor-se ao conceito de mímeses, como imitação da natureza, que fundamentou todo o desenvolvimento da arte ocidental. Para Gombrich a "mímese" não existe. Segundo este autor a distinção entre representações conceituais, baseadas no conhecimento, e representações miméticas, baseadas na percepção, largamente adotada por historiadores da arte, psicólogos da percepção e da cognição, é uma falsa distinção.
Gombrich parte do princípio