historia da arte
Nas artes plásticas, a sombra da política insinuou através dos gestos, dos temas, das cores e das formas. Isso não significa que as pinturas se tenham tornado profanas, podendo assim constatar um aumento de imagens não-cristãs em várias formas. No geral, a grande massa da produção plástica ainda tem a prevalência de temas religiosos, mesmo se com outras intenções.
As contratações de artistas não houve uma diferença substancial em relação à Idade Média. Sociólogos da arte tentam explicar diferentes padrões de gosto pela consonância com a situação social e política dos mecenas. No caso de Florença, no Quattrocento, a velha nobreza tenderia a ser conservadora política, privilegiando a pintura gótica de Gentile da Fabriciano; optariam por um estilo menos preciosista e racionalizado. Embora interessante, essa tese esquece a atração que a burguesia sentia pela nobreza. (Nobreza X Burguesia). Não se tratando assim de brincadeiras inconseqüentes, mas sim de uma apropriação de códigos sociais.
Foi Piero de Medici quem escolhei Gozzoli. Como discípulo favorito de Fra Angelico,tinha ele profundo conhecimento das técnicas da perspectiva e da utilização da luz. Fran Angelico utilizaria a geometria para admirar a criação divina; como Deus havia criado as coisas e a luz, mas não o espaço, este seria apenas um meio intelectual para enfatizar a diversidade da obra divina. Em Gozzoli, as técnicas do mestre seriam aproveitadas para criar uma ilusão espacial de amplitude, profundidade, superposição de planos, requinte e luxo.
A documentação das negociações entre Piero e o pintor esclarecem passo a passo o poder de comando do mecenas ate os mínimos detalhes da execução da pintura.( Vontade do artista subjugada pelo comprador, só mudaria no séc. XVl).O resultado foi uma pintura sofistcada, formalmente complexa, plena de simbolismos e obviamente política. Essa pintura faz parte do que poderíamos chamar de processo de divinização dos Medici. A divinização dos