historia da arte cap 4 Gombrich
Durante essa fase da história grega, a arte começava a ter uma crescente liberdade: os artistas eram conscientes de seu poder e também o público. Inicialmente, a arte ganhava atenção pelo que era representado, porém, nesse período, tinha sua fama baseada em seus métodos e na sua beleza. A arte era agora discutida pelos mais educados como poemas e teatro.
“[...] discutiam agora pinturas e estátuas como discutiam poemas e teatro; elogiavam sua beleza ou criticavam sua forma e concepção.” (pág. 100)
É apontado por Gombrich como o maior artista do século IV o escultor Praxíteles. Toda a rigidez da arte anterior é deixada de lado, por ter uma liberdade maior de representação, que passa a ser mais esteticamente fiel à natureza. Porém, Gombrich afirma que havia uma carência de expressões ou emoções fortes, apesar de estarem longe de ser inexpressivas. No lugar disso, o movimento do corpo era usado para expressar o que Sócrates chamou de “a atividade da alma”.
Na geração posterior à de Praxíteles os artistas acharam meios de animar as feições e começaram a fazer retratos. Na época de Alexandre que começou a ser estabelecida essa arte dos retratos. Gombrich cita Lisipo, um dos mais célebres artistas da época, o qual tinha uma grande fidelidade à natureza. Lisipo retratou Alexandre em um busto, o qual Gombrich comenta quanto à credibilidade dos retratos:
“Possivelmente, as estátuas de Lisio assemelhavam-se muito mais a um deus do que ao que o conquistador da Ásia. Mas podemos afirmar sem o menor constrangimento: um homem como Alexandre, espírito inquieto, imensamente talentoso, mas algo pervertido pelo sucesso, poderia parecer-se com esse busto, com seu supercílio altivamente erguido e sua expressão vigorosa.” (pág. 106)
Ou seja, era um meio utilizado para animar as feições, sem destruir a beleza e capturar a atividade da alma de um indivíduo.