historia da arquitetura no brasil
Transformado em uma colônia destinada à exploração, ao longo de séculos o Brasil sustentou parte significativa do florescimento político, econômico e cultural português. Muitos conquistadores acabariam se enraizando, criando uma cultura com características progressivamente originais, embora sempre dependendo dos usos e costumes da metrópole portuguesa, a fonte ou o filtro de todas as referências. Apesar dessa estreita dependência, a arquitetura civil foi sempre a expressão mais livre e descompromissada, buscando antes a satisfação de necessidades básicas do que o luxo e o conforto, abrindo-se ao improviso e a materiais da terra, e mesmo a alguma influência de hábitos indígenas, e por isso é a parte mais diversificada do conjunto. A cultura brasileira, especialmente a da elite, durante muitos séculos foi a cultura do provisório, predominando a ideia de que a vida que realmente importava e valia a pena viver era em Portugal. Para lá seguia a maior parte das riquezas, requisitadas pela Coroa ou pela nobreza, e lá se ancoravam os projetos de futuro, vivendo-se na colônia com o menor gasto possível. Mesmo os edifícios públicos como as Casas de Câmara e os palácios de governo, ou os palacetes de grandes senhores, eram pobres e acanhados em comparação a congêneres europeus.
Situação diferente foi a da arquitetura sacra. Mesmo que se entendesse o Brasil como um bem a ser explorado com os olhos postados na Europa, a colonização também significou a formação de uma população nova, no início flutuante mas crescentemente radicada. Para esse povo era preciso dar assistência religiosa, e os índios também precisavam ser salvos para