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Dizer que o Brasil é um país de contrastes pode parecer um lugar-comum, os dados da realidade, entretanto não nos deixam dúvidas. Até 1999 fomos a 8ª economia do mundo, em 2000 a 9ª, hoje somos a 10ª economia do mundo e o maior e mais rico país da América Latina. Ocupamos, entretanto a 73ª posição entre os 173 países classificados no Relatório do Desenvolvimento Humano elaborado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), para avaliar a expectativa de vida da população e os indicadores de educação, saúde e renda. Somos mais de 170 milhões de habitantes, sendo que 49,6 milhões de brasileiros vivem na miséria, com uma renda mensal inferior a R$ 79,00.
O Brasil investe 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto) em educação. Índice igual ao da Inglaterra e pouco menor do que o dos Estados Unidos e o da Itália, que investem 4,8%. A maior parte desses recursos é destinada ao ensino fundamental.
Como resultado destes investimentos, a educação brasileira tem apresentado melhoras, notadamente no que se refere ao aumento de matrículas e à diminuição da repetência e da evasão escolar. Contudo, apesar do reconhecido esforço governamental da última década, ainda contamos com 13,6% de adultos "analfabetos literais" e 29% de "analfabetos funcionais"; 780 mil professores das escolas de primeiro grau (56%) que não passaram pela universidade, e 124 mil (9%) que não concluíram sequer o segundo grau.
Nossa população economicamente ativa tem pouco mais de 5 anos de escolaridade, um índice incompatível com nossa posição geoeconômica. Se quisermos diminuir os contrastes e desigualdades econômico-sociais, tornando a nossa sociedade mais desenvolvida, justa e democrática, temos que investir maciçamente em educação. A educação já movimenta 90 bilhões de reais por ano no Brasil e deve ser o setor que mais crescerá no mundo nas próximas décadas.
Sem dúvida nenhuma, no caso brasileiro, escolarizar é, mais que em qualquer outro país,