Hist ria da Vida Privada em Portugal
Primeiramente, antes de entrar no conteúdo deste fichamento, é preciso ter em mente que cabia a Igreja o papel de registrar cada membro da sociedade. Até o início do séc. XX, podemos perceber nas instituições católicas espalhadas pelo globo, uma tentativa de centralizar os aspectos civis e jurídico de cada ser vivente. Por meio desses registros a Igreja tinha acesso as informações do indivíduo, qual o parentesco desse homem e estado civil. Estes dados eram obtidos por meio de registros de batismo, óbito e casamento, assim a Igreja geria a identidade civil das pessoas. A Igreja também ocupava funções de residência e parentesco, ou seja, para os registros citados anteriormente eram imprescindíveis para as cerimônias matrimoniais.
Analisando esses fatos é possível perceber que a maior preocupação da Igreja era exercer um maior controle sobre seus fiéis, tanto que, em festas de grande aglomeração como a Páscoa, os párocos exigiam os sacramentos da confissão e a partir daí, faziam-se levantamentos populacionais que permearam até o séc. XIX. Dessa maneira é preciso pensar que o controle paroquial também proporcionava a Igreja um poder de organização territorial.
O pároco tinha uma posição central no eixo social colonial. Era ele a representatividade católica mais próxima do povo. Era responsabilidade do mesmo batizar as crianças, fazer casamentos e acompanhar os momentos finais de vida de suas ovelhas por meio de sacramentos. Como era o pároco que acompanhava as questões de confissões, posteriormente perceberemos como ele era um elemento articulador entre a vida privada e pública.
A igreja possuía um papel infra-estrutural na organização social, uma vez que regulamentava o comportamento dos indivíduos.
A medida em que o estado moderno cresce, dentro do jogo político, cada vez se faz mais necessário conhecer as especificidades da população e a igreja passa a funcionar como o aparelho mais eficiente para essa função. Mortalidade,