hipóteses de escrita
"As crianças não aprendem simplesmente porque veem os outros ler e escrever e sim porque tentam compreender que classe de atividade é essa. As crianças não aprendem simplesmente porque veem letras escritas e sim porque se propõem a compreender porque essas marcas gráficas são diferentes de outras. As crianças não aprendem apenas por terem lápis e papel à disposição, e sim porque buscam compreender o que é que se pode obter com esses instrumentos. Em resumo: não aprendem simplesmente porque vêem e escutam, e sim porque elaboram o que recebem, porque trabalham cognitivamente com o que o meio lhe oferece."
(Emília Ferreiro, in Como se aprende a ler e a escrever ou Prontidão - um problema mal colocado, de Telma Weisz)
1. PSICOGÊNESE DA ALFABETIZAÇÃO
Entendemos que o resultado do trabalho de Emília Ferreiro, doutora em Psicologia e pesquisadora de alfabetização, é de fundamental importância para quem, de alguma forma, se preocupa com o progresso do indivíduo ao se deparar com a alfabetização, ou melhor, com a aprendizagem da leitura e da escrita (lecto - escrita).
Aprendizagem é um processo de apropriação do conhecimento que só é possível com o pensar e o agir do sujeito sobre o objeto que ele quer conhecer. Portanto, o conhecimento da lecto - escrita pela criança se dá a partir do contato entre esta e os objetos escritos.
A criança busca a aprendizagem na medida em que se constrói o raciocínio lógico. O processo evolutivo de aprender a ler e escrever passa por níveis de conceitualização que revelam as hipóteses a que chegou a criança.
2. CARACTERÍSTICAS E DESAFIO DAS HIPÓTESES NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Em cada nível, a criança elabora suposições a respeito dos processos de construção da leitura e escrita, baseando-se na compreensão que possui desses processos. Assim, a mudança de um nível para outro só irá ocorrer quando ela se depara com questões que o nível em que se encontra não puder explicar: ela irá