Hipotese do agendamento
Antonio Hohlfeldt Professor da FAMECOS/PUCRS
Revista FAMECOS · Porto Alegre · n 7 · novembro 1997 · semestral
Entre os anos 20 e os anos 70, desenvolveram-se um sem-número de teorias ligadas aos processos de comunicação que podem ser agrupadas, genericamente, em vários blocos, como sugere Mauro Wolf:1 teoria hipodérmica ou de manipulação, teorias empíricas de campo e experimentais, também denominadas de persuasão, teoria funcionalista, teoria estruturalista, teoria crítica mais conhecida como da Escola de Frankfurt,com todos os seus desdobramentos teorias culturológicas, cultural studies, teorias comunicativas (a teoria matemática, a semiótica em sentido estrito, devido a Umberto Eco, e as lingüísticas), etc.
Havia, de modo geral, um enorme fosso a separar esse conjunto de teorias em relação as suas fontes, os paradigmas norte-americanos, essencialmente descritivistas e burocráticos, segundo alguns, e os paradigmas europeus, essencialmente sociológicos e excessivamente ideológicos, segundo seus críticos norte-americanos.
Em ambos os casos, contudo, havia, em comum, o aspecto negativo que caracteriza toda e qualquer teoria: por ser um sistema fechado, ela é excludente. Assim, assumir uma determinada linha de pesquisa significava, por conseqüência, eliminar toda e qualquer outra alternativa.
Foi então que, a partir do final dos anos 60, concentrando-se nos anos 70, surgiram o que hoje se costuma denominar de communication research, nos Estados Unidos, publicística, na Alemanha e na Itália, ou midiologia na França,2 através de diferentes pesquisadores que, não apenas se propunham a atuar em equipe, quanto buscavam o cruzamento das diferentes teorias e, muito especialmente, de múltiplas disciplinas , a fim de compreender o mais amplamente possível a abrangência do processo comunicacional.
Foi o que aconteceu com o