Hipertensão gestacional
INTRODUÇÃO
A gravidez é um processo complicado: ocorre o crescimento de um ser geneticamente diferente dentro do útero da mãe que, entretanto, não é rejeitado. Isso ocorre, pois existe uma série de mecanismos imunológicos que ocorrem no interior do útero com a finalidade de proteger mãe e filho. A placenta, componente destes mecanismos, é um tecido que faz a conexão entre o feto e a mãe e através da qual há trocas gasosas e de nutrientes essenciais para o desenvolvimento do feto. Entretanto, em alguns casos, essa interação através da placenta é desastrosa, provocando uma resposta imunológica da mãe contra os tecidos fetais. Muitas vezes essa reação imunológica agride as paredes dos vasos sanguíneos, provocando uma vasoconstrição. Para vencer a resistência dos vasos contraídos, o coração é obrigado a bombear o sangue com mais força e a pressão arterial aumenta, ocasionando a hipertensão.
CONCEITO
O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). A hipertensão é a principal complicação na gravidez e a maior causa de mortalidade materna. Define-se hipertensão na gravidez níveis pressóricos iguais ou superiores a 140x90mmHg ou um aumento de 30mmHg e 15mmHg nas pressões sistólicas e diastólicas, respectivamente. Ocorre geralmente após a 20 semanas de gestação e desaparecendo até a 6 semanas após o parto. Quando a hipertensão na gravidez estiver associada a perda de proteínas pela urina (proteinúria), teremos um quadro chamado de PRÉ-ECLÂMPSIA.
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
A hipertensão gestacional é uma complicação que acompanha entre 5 e 7% das grávidas brasileiras. O aumento da pressão é um mal que pode comprometer a saúde e a vida tanto da mãe quanto do bebê. A maioria dos casos (75%) ocorre em mulheres nulíparas. Estudos epidemiológicos demonstram também maior número de casos da