Hipermidiatizacao Lucia Santaella
1025 palavras
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A hipermídia e a transmídia: linguagens do nosso tempoLucia Santaella
Introdução
Nos primeiros tempos da internet, nos anos 1990, no estágio da Web 1.0, alguns dos tópicos centrais relativos à comunicação digital eram: a digitalização como esperanto das máquinas, a convergência das mídias, a interface, o ciberespaço, a interatividade, todos eles componentes da emergente cibercultura (ver Santaella 2003: 77-134). Hoje, em plena Web
2.0 já entrando no estágio da Web 3.0, as novas palavras-chave são: blogosfera, wikis e redes sociais digitais, estas últimas incrementadas pela explosão da comunicação móvel.
1. Características da cibercultura
“Enquanto a televisão e o rádio nos trazem notícias e informação em massa de todo o mundo, as tecnologias sondadoras, como o telefone ou as redes de computadores, permitem-nos ir instantaneamente a qualquer ponto e interagir com esse ponto.
Essa é a qualidade da profundidade, a possibilidade de tocar aquele ponto e ter um efeito demonstrável sobre ele através das nossas extensões eletrônicas. [...] Já não nos contentamos com superfícies. Estamos mesmo tentando penetrar o impenetrável: a tela do vídeo. [...] Expressão literal da cibercultura é a florescente indústria de máquinas de realidade virtual que nos permitem entrar na tela do vídeo e do computador e sondar a interminável profundidade da criatividade humana na ciência, arte e tecnologia. “
São inumeráveis as consequências da cibercultura. Para este trabalho, decidi destacar duas. A primeira é aquela que o estado da arte atual coloca no topo do iceberg: as redes sociais. De fato, temos aí o hype do momento. Não há quem esteja envolvido, de uma forma ou de outra, nas questões da cultura digital, que não tenha as redes sociais como primeira na lista de suas preocupações ou ocupações.
A segunda consequência é mais profunda, localiza-se nas bases do iceberg e, por ser menos gritantemente visível, é menos lembrada e tratada, a saber, as mudanças substanciais na