Hino Analise
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante."
A primeira estrofe retoma um conjunto de discursos sobre o que caracteriza o Brasil desde o seu descobrimento, com a carta de Pero Vaz de Caminha. A frase inicial da primeira estrofe coloca como sujeito a natureza, “as margens plácidas”, calmas e tranquilas, como o paraíso. A paisagem é testemunha do acontecimento. Sob essa perspectiva o que nos identificaria enquanto brasileiros não seriam as características culturais, étnicas ou bélicas, mas algo que independe da ação humana, algo não criado pelo homem ou por um povo, fora de suas mãos. Entretanto, essa estrofe não termina aí. Em que pese o sujeito, a platéia, ser a natureza o “brado retumbante” foi executado por um “povo heróico”. Nesse momento da estrofe, em que o foco é o povo heróico, há duas considerações importantes a serem feitas: a primeira informa que a proclamação da independencia havia sido feita por D. Pedro I, através da consagrada frase “independência ou morte!”. Independentemente de ter havido ou não o grito de D. Pedro I uma coisa é certa: a história foi manipulada para que se adequasse às circunstâncias de época.
"Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braços fortes.
Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! " O coração da Pátria exclama – Ó Liberdade! Ó Independência! Incitando, provocando, em nome de nossa liberdade, expondo o nosso peito ao sabor do duelo, ainda que a liberdade custasse o sacrifício da própria vida. Fazendo uma comparação com textos de base ideológica republicana do período em que o Hino foi escrito, não é difícil constatar a suplica do “novo regime” pelo fim da opressão monárquica. Porém, devemos considerar alguns pontos: se o texto está falando de uma igualdade consequente da independência do Brasil, então de duas uma: ou o povo referido está restrito a uma elite, o que