hidrologia da bacia do rio amazonas
Michel Molinier
Jean Loup Guyot
Resumo
Os resultados obtidos no âmbito do programa
HIBAM (Hidrologia da Bacia Amazônica,
DNAEWCNPqaRSTOM) permitiram precisar o regime do rio Amazonas e de seus principais tributários. A produção de água das várias sub-bacias e o módulo do rio Amazonas na sua foz foram avaliados com uma boa precisão, o que tornou possível a regionalização das vazões médias anuais.
Introd uçã0
As primeiras estimativas da vazão do rio
Amazonas datam do século passado (Spix &
Martius, 1831; Reclus, 1877; Siemens, 1896;
Katzer, 1898 Ztz Oltman et al., 1964). Esses resultados, que correspondem mais freqüentemente a medidas pontuais, eram baseados na estimativa da velocidade média da corrente e da área da secção do rio. Pardé estima em seguida a vazão do Amazonas
(aproximadamente 100.000 m3/s) a partir das observações de Le Cointe e do cálculo de um balanço hídrico rudimentar (Le Cointe, 1935;
Pardé, 1936, 1954). As primeiras medições de descarga do Amazonas, realizadas em 1963-64 pelo US Geological Survey, permitiram enfim ter uma idéia correta da vazão do Amazonas na estação de referência de Óbidos que drena uma bacia de 4.620.000 km2. As contribuições deste rio no oceano Atlântico oscilarão segundo os autores e os eríodos considerados, de 175.000 a 2 12.000 m /s (Oltman, 1968; Nordin &
Meade, 1985; Richey et al., 1986).
s
O cálculo da vazão do rio Amazonas, bem como o de seus principais tributários, é
** Eurides de Oliveira
** Valdemar Guimarães
** Adriana Chaves
complicado devido à fraca declividade da linha d'água, que não passa de 2 cm/km e as fortes velocidades observadas. Não se trata de um escoamento clássico de montante para a jusante, mas de um deslocamento das águas empurradas pela onda de cheia dos rios de origem andina.
Assim, as relações cotas-vazões são raramente unívocas, e apresentam curvas em forma de laço. Por esta razão, as contribuições