Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) constituem uma classe de compostos que são liberados durante a combustão incompleta de material orgânico. Estudos em diversas matrizes ambientais como o efluente da combustão de carvão, a exaustão veicular, óleos lubrificantes, fumaça do cigarro, entre outras, têm demonstrado que os HPAs presentes nestas misturas são os principais responsáveis pelo seu potencial de toxicidade. Vários trabalhos têm relatado efeitos adversos produzidos pelos HPAs, principalmente os efeitos relacionados ao desenvolvimento de câncer. Segundo a International Agency for Research on Câncer (IARC), seis HPAs são provavelmente carcinogênicos para o homem: benzo (a)antraceno, benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, dibenzo(a,h)antraceno e indeno(1,2,3-c,d)pireno. Devido à composição e complexidade das misturas de HPAs em função dos diferentes processos de geração, não foi possível, até o momento, o seu detalhamento, o que justifica o crescente aporte nos estudos em relação a esses compostos liberados no meio ambiente. Com a finalidade de prevenir a exposição a essas substâncias, a monitorização biológica dos HPAs tem sido sugerida e aplicada por meio da determinação do 1-hidroxipireno urinário como um indicador biológico de dose interna para o pireno e um indicador indireto para exposição aos HPAs. Estão disponíveis na literatura diversos trabalhos que relatam as concentrações de 1-hidroxipireno na urina de trabalhadores. O objetivo do presente trabalho é disponibilizar uma revisão das propriedades físico-químicas, efeitos tóxicos e fontes de exposição aos HPAs baseada nos dados relevantes presentes na literatura