hialina
26(4):215-220, out-dez, 1993
EVOLUÇÃO DA RESISTENCIA IN VITRO DO PLASMODIUM
FALCIPARUM A ANTIMALÁRICOS EM ÁREA DE
PROSPECÇÃO DE OURO NO ESTADO DO AMAPÁ, ENTRE
1983 E 1990.
A.A. Couto, V.S. Calvosa, J.E . Lim a e J.M . Souza
E ste estudo avalia a evolução da sensibilidade in vitro do Plasmodium falciparum em uma área de prospecção de ouro no Estado do Am apá no período de 1983 a 1990. Foram efetuados
75 testes pa ra cloroquina e quinino, 74p ara amodiaquina e 76p a ra mefloquina. Os resultados revelaram 81% de resistência à cloroquina e 27% p ara a am odiaquina, enquanto que p ara quinino e mefloquina não fo ra m evidenciadas cepas resistentes. Contudo, p a ra estas duas últimas drogas identificou-se uma crescente perda da sensibilidade ao longo do tempo.
A parentem ente observa-se uma associação entre resistência à cloroquina e a dim inuição da sensibilidade ao quinino.
Palavras-chaves: Plasmodium falciparum. Resistência in vitro. Cloroquina. Amodiaquina.
A resistência do Plasmodium falciparum às drogas antimaláricas representa um dos maiores obstáculos para o êxito de combate e controle da malária em muitas áreas onde a doença ocorre.
N oB rasilJáem 1910, registrava-se o primeiro insucesso no tratamento da malária como quinino13.
Para a cloroquina o primeiro registro de resistência na América do Sul ocorreu no final dos anos 50, na Colômbia28 e no Brasil18 21. Atualmente a resistência às drogas é um fenômeno muito comum em diversas áreas da região amazônica brasileira, não só para as 4-aminoquinoleínas como para quinolinosmetanóis1 6 9 16 19. Além disso, mais recentemente no Brasil, especialmente na região amazônica brasileira, tem sido demonstrada a ocorrência de cepas multi-resistentes4. No caso específico da Amazônia Brasileira cepas de P. falciparum isoladas em várias áreas mostraram
83 % de resistência à cloroquina, 56 % e 51 % ao quinino e amodiaquina,