Heterogeneidade e pluralidade de interesses e a crise institucional - Sérgio Abranches
Heterogeneidade e pluralidade de interesses:
A heterogeneidade como uma característica do desenvolvimento brasileiro.
O desenvolvimento industrial no limiar da maturidade, enquanto que nas estruturais sociais, políticas e econômicas é marcada por desequilíbrios e descompassos.
Plano macro-sociológico (observa-se o fracionamento da estrutura de classes, que determinam outros fatores) /macroeconômico (a heterogeneidade revela graves conflitos distributivos, disparidades técnicas e desníveis de renda, entre pessoas, empresas, setores e regiões).
Sócio-econômico: os setores mais avançados da sociedade estrutura-se com base em padrões de produção, renda e consumo próximos daqueles vigentes nos países capitalistas industrializados, enquanto considerável parcela da população persiste em condições sócio-econômicas típicas das regiões em desenvolvimento, com instabilidade econômica e social. Outra parte, menos significativa da população vive em condições de destituição similares àquelas que prevalecem nos países mais pobres.
Plano macropolítico: clientelismo (forma atrasada) \ comportamentos ideologicamente estruturados (”””moderno”””). Há um claro pluralismo de valores, através dos qual diferentes grupos associam expectativas e valorações diversas às instituições, produzindo avaliações acentuadamente distintas acerca da eficácia e da legitimidade dos instrumentos de representação e participação típicos da democracias liberais. Não se obtém, portanto, adesão generalizada a um determinado perfil institucional, a um modo de organização, funcionamento e legitimação da ordem política. Essa mesma “pularidade” existe no que diz respeito aos objetivos, papel e atribuições do Estado, suscitando, de novo, matrizes extremamente diferenciadas de demandas e expectativas em relação às ações do setor público, que se traduzem na acumulação de privilégios, no desequilíbrio permanente entre as