Hertzberger
Hertzberger, em seu livro busca conduzir os leitores a projetar pensando no bem estar social e trabalha com a questão visual, mostrando seus pensamentos por meio de ilustrações, apresentando imagens de projetos de renomados arquitetos tais como Bramante, Le Corbusier, Palladio, Chareau, entre outros que também emprestaram seus conhecimentos, contribuindo para a construção dos conceitos do autor.
A questão espacial é mostrada praticamente em todos os temas e capítulos propostos no livro, com sentido de fronteiras ou mesmo de interação, apropriação, demarcação e zoneamento; além de abordar de forma bem reflexiva assuntos como o público e privado, expressos entre o coletivo e individual, ainda são mencionadas a equivalência, funcionalidade, virtualidade, autoritarismo e hierarquização do espaço e o sistema de grelhas.
De acordo com Hertzberger os conceitos de público e privado não são corretamente empregados, uma vez que estes conceitos estão diretamente relacionados a coletivo e individual... são na verdade conceitos que devem ser analisados levando-se em conta o contexto em que eles estão inseridos! Muitas das vezes um lugar pode ser determinado se é público ou privado pelo grau de acesso que lhe é permitido. Entretanto, ao mesmo tempo em que um espaço é coletivo em relação a outro, ele pode ser privado em relação a um terceiro espaço. Percebe-se então um “jogo” de espaços que podem ser “coletivos” e ao mesmo tempo “privados”.
Vamos utilizar um parque como exemplo. No do Parque do Ipiranga percebemos perfeitamente estes conceitos, pois o parque em si, trata-se de um local público, sendo permissível o acesso a toda a população. Mas, ao mesmo tempo, encontramos nela espaço que podemos considerar como privado pois o acesso não deve ser permitido, que é o caso de alguns canteiros de gramados, quais não devem ser pisados até mesmo por questões de ética e preservação do espaço, acesso ao monumento do Ipiranga alguns dias da