hernias
INTRODUÇÃO:
A correção cirúrgica das hérnias abdominais está entre os três procedimentos mais realizados por cirurgiões nos Estados Unidos, totalizando 700.000 operações por ano; estes números demonstram a impressionante prevalência desta condição, que acomete todas as faixas etárias em ambos os sexos. A seguir estudaremos a anatomia da região inguino-femoral seguindo-se da epidemiologia, a clínica e o tratamento das hérnias da parede abdominal.
ANATOMIA DA REGIÃO INGUINO-FEMORAL
Uma das grandes dificuldades que encontram os que se iniciam no estudo das hérnias é a correta compreensão da anatomia da região inguinal. Esta dificuldade deve-se inicialmente ao fato da região inguinal ter que ser entendida em sua conformação tridimensional, além da grande quantidade de reparos anatômicos presentes neste local, muitos deles nomeados com diversos epônimos, o que só aumenta a confusão. Sendo assim faremos um relato simplificado, porém completo, eliminando a descrição de algumas estruturas que são pouco relevantes para a compreensão da fisiopatologia e do tratamento das hérnias.
Antes de iniciarmos a descrição da região inguinal é importante revisarmos dois conceitos anatômicos: a diferença entre aponeurose e fáscia.
A aponeurose é porção tendinosa, formada por tecido conjuntivo denso, responsável pela fixação dos músculos em suas inserções ósseas.
Já fáscia é uma bainha de tecido conjuntivo frouxo que envolve os músculos, muitas vezes determinando compartimentos musculares.
Conclui-se assim que as aponeuroses são estruturas firmes, densas, podendo-se assim confiar a elas um papel de contensão durante a realização de um reparo cirúrgico, diferente das fáscias, estruturas mais delicadas pela sua própria estrutura histológica.
A região inguinal pode ser descrita através das diversas camadas que a formam, seguindo da mais externa em direção às mais internas.
Logo abaixo da pele, encontramos o tecido adiposo subcutâneo. Neste podemos identificar duas camadas