Hermenutica heidegger
“No quadro de Van Gogh, acontece a verdade” (1999: 44) Martin Heidegger realiza essa afirmação em um ensaio intitulado A Origem da Obra de Arte, mas por que a verdade acontece em uma obra de arte? Aliás, a verdade acontece?
Essas são questões, que juntamente com outras a serem desenvolvidas nortearam as nossas reflexões.
Metafísica ou Pergunta Pelo Ser
“Filosofia é metafísica. Esta pensa o ente em sua totalidade – o mundo, o homem, Deus – sob o ponto de vista do ser, sob o ponto de vista da recíproca imbricação do ser” (Heidegger 1979b: 71).
Para Heidegger a história da metafísica é a história da filosofia, por tanto todos os equívocos da metafísica são os da própria filosofia. Mas porque equívocos? Quando a metafísica teve seu início com os gregos, iniciou-se também o que Heidegger define como “errância histórica”, ou seja, todo o percurso da metafísica foi errôneo, pois sempre cometeram erros sobre seu objeto de estudo. Quais seriam esses erros?
A metafísica, ou a ciência primeira (do fundamento), tem seu objeto de estudo no “ente” que possibilitaria todos os outros, ou seja, ela estuda o fundamento último das coisas. O fundamento último “é” o ser, aquilo que possibilita aos entes serem. Contudo através da história da metafísica esqueceu-se do ser, primeiramente pelo advento da lógica, na qual julgava a pergunta pelo fundamento último das coisas como impossível, pois se o ser é o fundamento de todo o discurso ele não pode ser dito, justamente por ser fundamento do discurso. Então todo o questionamento sobre o ser se mostra sem sentido?
Se o ser é o fundamento primeiro de toda a ciência, e de todo conhecimento como podemos deixá-lo de lado? Como abandonamos essa questão? Uma interrogação que perpassa toda a história da filosofia não pode ser abandonada simplesmente pela lógica considerá-la inválida, até a própria lógica encontra seu fundamento no ser, ela se deriva do ser. Posteriormente na história da filosofia, mas