hermeneutica
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A hermenêutica é a teoria ou a arte da interpretação. Ela surge, enquanto filosofia, como desenvolvimento das hermenêuticas jurídica, bíblica e literária e tem seu apogeu na metade do século XX. Apregoa, em breves linhas, que a verdade é fruto de uma interpretação. Se, antes, era uma teoria que ensinava através de metodologias como interpretar textos, agora, como filosofia, a hermenêutica significa um posicionamento diante do problema do ser e da compreensão que dele possamos ter. Existe uma extensão no âmbito da hermenêutica que vai da interpretação de textos até a compreensão do ser em geral, ou seja, compreensão do mundo humano. Do texto ao ser; da metodologia à ontologia. A hermenêutica como ontologia caracteriza o ser com a linguisticidade e com a temporalidade. Para a hermenêutica a linguagem adquire um papel fundamental, especialmente após a chamada reviravolta linguística (linguistic turn) ocorrida no século XX. No entanto, diferentemente de uma análise lógica e gramatical da linguagem ou de uma análise linguística, enquanto ciência geral dos signos, a hermenêutica tenta compreender o acontecer da linguagem na sua unidade e genuinidade. Quando falamos do ser, das coisas, de nós mesmos, estamos sujeitos aos efeitos da história e à tradição lotada de palavras, narrações, mitos, textos, enfim, que substanciam nossa visão da realidade e que, no conjunto, constituem o ser. Assim, existe algo antes de nós que nos domina. Pensamos em nós, pensamos o que outros pensam de nós e também pensamos nos projetos futuros. Ser é linguagem e é tempo. Ser é evento, é princípio. Ele se dá, acontece e manifesta-se linguisticamente. É um apelo dirigido ao homem e ao qual ele (cor)responde. Não existiria ser sem o homem; da mesma forma que não existiria o homem ser o ser. Qual a relação do homem com esse ser que acontece como linguagem e