Hermeneutica
Autor: Henrique Rossi
INTRODUÇÃO
Um dos grandes desafios que temos pela frente é viver bem nesta sociedade denominada pelos estudiosos de pós-moderna. Algumas de suas características peculiares como competitividade, consumismo, utilitarismo, agressividade, perda de valores absolutos, relativização da verdade, etc., têm gerado indivíduos enfermos do ponto de vista da alma e dos relacionamentos.
Somos uma sociedade enferma. Que desaprendeu a amar, que estabeleceu a desconfiança como condição “sine qua non” na relação pessoal, que não sabe mais desenvolver relacionamentos saudáveis e profundos, que vive deprimida e angustiada, que perdeu a dimensão da comunidade e solidariedade, dando lugar a um estilo de vida egoísta, que não sabe mais construir pontes de comunicação que levem ao encontro do outro para a celebração da vida em verdade e em amor.
A igreja na sociedade pós-moderna também está enferma. Na ânsia de crescer numérica e financeiramente começou a priorizar os grandes projetos e as realizações de mega eventos, deixando de lado a importância dos relacionamentos. Tornou-se uma igreja realizadora, mas pouco relacional.
Como conseqüência, suas reuniões tornaram-se superficiais, sendo mais uma oportunidade para consumo de artigos religiosos e menos oportunidade para relacionamentos que possam curar as feridas e gerar vida em abundância.
As manifestações solidárias do Corpo de Cristo que expressavam preocupação pelo outro deram lugar à busca egoísta pelas bençãos especiais e imediatas, as quais normalmente são entendidas como bem estar emocional e prosperidade material.
De um modo geral as igrejas perderam a visão de sua vocação como comunidade terapêutica. Deixaram de desenvolver programas que priorizem e facilitem relacionamentos, que ajudam no desenvolvimento da potencialidade de seus membros, que busquem a integralidade de cada um.
É justamente sob esta preocupação que fomos motivados a escrever este trabalho. Depois