Hermanoteu na terra de Godah

Paris, 06 de junho de 1998

Querido Jhom:

Por onde eu poderia começar? Foram três longos anos mal correspondida. Três longos anos, onde só pude me apaixonar mais por você. Me lembro muito bem quando entrava no seu escritório, com seu fios loiros penteados perfeitamente, com seus olhos do mais puro azul dos oceanos, meu coração só podia enlouquecer dentro de meu peito. ...E a sua voz... Tão calma e terna, me confortava de um jeito tão doce, eu me sentia inexplicavelmente segura. Realmente nunca vira outro alguém, tão imensamente bonito como você, mas o que me arrebatava, me destruía, era seu jeito gentil. Nunca pude entender como você pode me contratar. Jenevivi sua secretaria louca, aquela que tem sempre seus cabelos desgrenhados, com seus cachos longos, com seus fios negros, com seu rosto impassível, mas que em seu peito escondia, o mais insano sentimento. É verdade que nunca fui uma mulher romântica, mas olha só você me tornou assim. Realmente devo estar a beira da insanidade, mas é simplesmente isso meu maluco, e incomensurável amor por você. Me sinto uma garota do colegial novamente, enquanto escrevo essa carta, mas quando recebi essa noticia...Um pedaço do mim morreu junto. Entre lagrimas desoladas, devo fumar meu cigarro, enchendo meus pulmões com a nicotina, e os contaminando com sua fumaça. O cheiro do cigarro que você sempre odiava! Não tínhamos nada em comum realmente, mas eu sentia que por isso, você mo completava. E é com as mãos tremulas, os olhos inchados, que deposito gentilmente essa carta...Em suas mãos gélidas... Olho uma ultima vez em sua rosto desfalecido. Que sussurro um ultimo adeus, com um fio de esperança de que um dia possa dizer o que estava escrito nessa carta, a que covardemente nunca pude dizer. Quem sabe um dia na terra dos anjos possa te encontrar novamente, até lá se for preciso o esperarei pela eternidade. Então fiquei sabendo que o amo...E nada mais.

Jenevivi

A ultima carta.