Here is an extra life for you.
1090 palavras
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Quando a análise se debruça sobre o filme “O Senhor das Moscas” é possível abranger uma grande gama de temas e recortar diversos objetos de estudo, tanto das ciências da educação quanto da sociologia. O filme de 1990 (e também o primeiro roteiro em preto e branco de 1963) é a adaptação do livro homônimo de William Golding, prêmio Nobel de 1983. Nesta breve incursão pelo filme, o diálogo explorará uma análise acerca da socialização (ou das socializações) que o grupo de estudantes acidentados e perdidos em uma ilha experimenta. Para tal feito, é fundamental recuperarmos a clássica definição do conceito de socialização, que afirma ser este o processo pelo qual a sociedade enquanto grupo “ensina” ou “demonstra” aos seus membros constantemente quais são as regras e costumes vigentes. Certamente seguindo estes primeiros passos com Emile Durkheim, é possível observar o processo de socialização como “processo de assimilação dos indivíduos aos grupos sociais” (DURKHEIM, 1922). Em suma, uma interiorização simbólica de normas e valores de uma determinada cultura.
Traduzindo e esclarecendo o termo, Peter e Brigitte Berger (1975) afirmam que “os adultos apresentam-lhe certo mundo – e para a criança, este é o mundo”, de modo que a socialização é lida como um processo contínuo e extremamente forte de transmissão de regras, mecanismos, símbolos, práticas e procedimentos. Aqui, uma primeira ressalva deve ser feita, pois o processo de socialização tradicionalmente é compreendido em dois momentos: a socialização primária, que perfaz o período da infância e geralmente é associada ao ambiente doméstico e familiar; e uma socialização secundária, que é operada por instituições, tais como a escola, o mundo do trabalho e as religiões, por exemplo.
Não é divergente, portanto, a afirmação dos Berger (1975) de que “os adultos exercem um poder avassalador sobre a criança” e que, então, durante o filme os dois bandos atuem de modo antagônico com relação ao único adulto