herdeiros, parentes e compadres
A proposta da autora é privilegiar as relações que interligam famílias, pouco se ocupando dessas unidades domésticas enquanto produtores ou consumidores, mas muito se dedica aos valores. Tem como objetivo compreender a sociedade camponesa, de geração a geração, através das relações de parentesco.
Segundo a autora a família camponesa tem sido estudada como uma unidade de produção e de consumo. Neste trabalho pretende tratar do papel dessa instituição na regulamentação do comportamento e preservação dos valores culturais.
Primeira parte: Teorias do campesinato e Teorias do parentesco.
A autora discute as principais teorias do campesinato, mostrando que elas não levam em conta a dimensão do parentesco como princípio organizatório e como elemento central da reprodução social do campesinato. P. 29.
Dentre os economistas europeus que muito contribuíram para pensar a questão do campesinato ela aponta Chayanov e seus continuadores Galeski e Tepicht. Os três inspiraram os estudos do campensinato no Brasil.
Para Chayanov, portanto, a família é uma unidade econômica ocupada em reproduzir seus fatores de produção. Ele vê o grupo doméstico como se não existisse a família, isto é, um grupo hierarquicamente organizado em torno de valores culturais e de uma moralidade. As relações de trabalho no grupo doméstico são centrais, e é apartir delas que ele chegou a formular as leis da economia camponesa.
Nos três autores discutidos, observa-se que todos consideram a família como central para a compreensão do campesinato. Mas, o que se enfatiza é fundamentalmente a produção econômica pela família, mas do que a produção social da família, como instituição e como valor, ou as relações entre as famílias. Enquanto Chaynov é o mais “economicista” – o que não invalida a contribuição fundamental para o entendimento de campesinato – Galeski e