Herbert Marcuse - reflexões sobre a sociedade tecnológica
Filho de judeus, Herbert Marcuse nasceu em Berlim, Alemanha, em 1898. Como um intelectual de esquerda, ingressou, em 1933, no Instituto de Pesquisa Social. Fundado em 1923, junto à Universidade de Frankfurt, tal instituto foi considerado o primeiro de orientação marxista na Europa, composto por marxistas não-ortodoxos, como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Walter Benjamin e Jürgen Habermas. O Instituto tinha como objetivo precípuo desenvolver uma teoria social crítica, de análise e interpretação da realidade social existente.
Contudo, entre 1942 e 1951, o filósofo alemão, exilado nos Estados Unidos da América, em razão da perseguição nazista aos judeus, prestou serviços ao governo americano, em especial aos órgãos de informação relacionados à Segunda Guerra Mundial e ao Departamento de Estado. Foi um período histórico conturbado, pois marcado pela ascensão e derrocada do nazismo na Alemanha e pelo surgimento da Guerra Fria, que provocou a divisão do mundo entre duas superpotências: Estados Unidos da América e União Soviética.
O trabalho dos anos 40, definitivamente, forneceu a Herbert Marcuse uma melhor compreensão histórica das sociedades capitalista, comunista e uma sólida base histórico-empírica para seu pensamento e escritos posteriores. Nesse sentido, em 1964, Herbert Marcuse escreve a obra "A Ideologia da Sociedade Industrial", apresentando uma teoria de crítica às novas formas de dominação existentes nas sociedades industriais avançadas.
Para o autor, o Estado do Bem-Estar Social e seus avanços tecnológicos são os responsáveis pelo sistema totalitário de dominação. Prescrevem uma nova ideologia, de imposição de uma