Herança da engenharia
Diante daquele documentário não solicitado sobre a vida de Marya, alguns fatos me chamaram a atenção.
A primeira palavra que ela falou foi "mamãe". Compreensível. "Mamãe" personifica tudo aquilo que ela necessita para sobreviver: cuidados, alimentação e brincadeiras. É sem dúvida a "marca" mais presente em sua cabecinha.
A segunda palavra foi "papai". Também faz muito sentido, apesar de um pouco menos presente na sua vida, em virtude do trabalho, de alguma maneira passa autoridade e importância, além de brincar, dar-lhe presentes e fazê-la sorrir.
A terceira palavra: "Coca-Cola"!
Muitos teóricos do marketing e da estratégia, como Michael Porter, Al Ries e Peter Drucker, já afirmaram que o marketing hoje é uma batalha pela mente do consumidor. Solange, a mãe de Marya, com sua presença constante faz com que ela seja consumidora cativa dos seus produtos: carinho, leite e algumas ordens. Marya tem a percepção de que poucos poderiam fazer tanto por sua divertida existência, digamos que o mercado, no seu pequeno mundo, se resuma a duas empresas, sua mãe e o seu pai, concorrentes pelo único capital de que ela dispõe, sua simples presença.
A expressão Coca-Cola chega ao mundo de Marya pela freqüência com que ela a escuta e a vivencia em momentos de prazer. Um agradável passeio com seus pais e um copo de Coca-Cola, um lanche que sacia prazerosamente sua fome e um copo de Coca-Cola, um comercial cheio de ursinhos fofos e brincalhões na TV e de novo, lá está ela – Coca-Cola.
A associação de uma marca a sentimentos e percepções agradáveis do nosso