Herança africana
Os portugueses chegaram ao continente americano em 1500. Somente depois de 1530, eles resolveram fundar povos, sociedades e se instalar nessa terra que haviam conquistados. Para isso, iniciaram o plantio de cana-de-açúcar no litoral de São Paulo. Mas para esse trabalho eram necessários muitos trabalhadores. Naquela época, Portugal também estava presente em outro continente, na África, onde realizava muitas transações comerciais. E foi de lá que os portugueses trouxeram parte dos trabalhadores para a produção do açúcar.
Milhares de africanos foram escravizados e trazidos para trabalhar nas terras que hoje formam o Brasil, principalmente na produção de açúcar, um produto muito valorizado e consumido pelos europeus daquele período. E os africanos permaneceram como mão de obra escravizada no Brasil por mais de 300 anos! Os africanos trazidos para o Brasil eram de diversos povos. Tinham tradições, costumes, religiões e línguas diferentes. Mas aqui no Brasil foram tratados como um só. A existência da escravidão no Brasil durante quase quatrocentos anos, além de ter constituído a base da economia material da sociedade brasileira, influenciou também sua formação cultural. A miscigenação entre africanos, indígenas e europeus é a base da formação populacional do Brasil. Dessa forma, a matriz africana da sociedade tem uma influência cultural que vai além do vocabulário. O fato de as escravas africanas terem sido responsáveis pela cozinha dos engenhos, fazendas e casas-grandes do campo e da cidade permitiu a difusão da influência africana na alimentação. São exemplos culinários da influência africana o vatapá, acarajé, pamonha, mugunzá, caruru, quiabo e chuchu. Temperos também foram trazidos da África, como pimentas, o leite de coco e o azeite de dendê. Algumas