Hepatite B na gravidez
No Brasil, doenças infecciosas são relativamente comuns durante o período gestacional, afetando, principalmente, mulheres de baixa renda. Essas infecções, por colocarem em risco a saúde materno-fetal, criam um desafio à saúde pública no sentido de planejar estratégias práticas de triagem e, assim, facilitar o diagnóstico dessas doenças, bem como reduzir a morbimortalidade materno-fetal.
Dentre as doenças endêmico-epidêmicas que representam importante problema de saúde no Brasil, salienta-se a hepatite B, cujo comportamento epidemiológico tem sofrido grandes mudanças nos últimos anos. Apesar do grande avanço alcançado através da vacinação, a prevalência da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) ainda é alta em países em desenvolvimento como o Brasil. Sobretudo, tais circunstâncias estão geralmente relacionadas à heterogeneidade socioeconômica, à distribuição regular dos serviços de saúde e à incorporação desigual da tecnologia no diagnóstico e tratamento das enfermidades, comumente encontradas nesses países. Além disso, o número de pacientes infectados é incerto, relacionado geralmente a alguns Estados e municípios brasileiros, sobretudo pela dificuldade de identificação de portadores assintomáticos crônicos, o que inviabiliza o conhecimento adequado sobre a frequência do vírus B. No que se refere às formas de transmissão do VHB, merece importante destaque a transmissão vertical, que, em termos mundiais, representa uma das principais via de disseminação do VHB nas regiões de altas prevalências.
2. HEPATITE B
A hepatite B é uma doença transmitida pelo vírus VHB, que tem predileção por infectar os hepatócitos, as células do fígado. Essas células podem ser agredidas pelo VHB diretamente, ou pelas células do sistema de defesa que, empenhadas em combater a infecção, acabam causando um processo inflamatório crônico.
O vírus da hepatite B pode sobreviver ativo no ambiente externo por vários