Henry Kissinger

Análise Kissinger

A política externa estadunidense sempre foi marcada pela eleição de um arqui-inimigo a ser combatido e extirpado da face da terra, geralmente um rival de cunho ideológico. Nas décadas de 70 e 80 do século passado, o inimigo escolhido foi o comunismo. Como a história já nos deixou registrado, os Estados Unidos Da América promoveram uma verdadeira guerra contra os países que se diziam comunista, ao menor sinal que indicasse a inclinação política de um país ao lado esquerdo do espectro político, já era motivo de observação cautelosa do governo Norte-americano. O combate por parte dos EUA a governos que se alinhasse ideologicamente a essa vertente foi mais claro na América Do Sul, existem diversas teses de historiadores e cientistas políticos que reforçam a ideia de que houve apoio e planejamento para os golpes e contragolpes militares que aconteceram neste continente no século passado. Em matéria publicada pelo jornal O Globo no dia 6 de janeiro último, o jornalista Elio Gaspari apresenta um dossiê com mais de 30 anos de colhimento de informações que comprovam a intenção do presidente americano, John Kennedy, de promover uma intervenção no governo brasileiro no ano de 1962, por este indicar fortes indícios de aproximação com o comunismo. Apenas 6 anos depois, Henry Kissinger assume a chefia do Conselho Nacional de Segurança dos EUA e em 4 anos chega ao posto de Secretário de Estado deste país. Apesar do espaço de tempo entre os acontecimentos até aqui relatados, a política externa estadunidense de caça ao comunismo ainda prevalecia, e foi ela quem tornou a figura de Kissinger controversa. Assim como interferiram as políticas externas estadunidenses no governo revolucionário militar brasileiro, de forma mais direta influiu, sob comando de Kissinger, nos governos militares de Chile e Uruguai. A interpretação que podemos dar a frase de Raymon Aron, é que se trata de uma análise sobre a opinião dos componentes do espectro