Hegemonia Mundial do seculo XXI
2028 palavras
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Washington já está a fazê-lo. E está a fazê-lo com uma grande dose de ansiedade. Poucas vezes uma entrevista foi tão reveladora acerca da mudança do poder global a que estamos a assistir no nosso mundo: a 20 de Julho, o principal economista da Agência de Energia Internacional (AEI), Faith Birol, declarou ao Wall Street Journal que a China tinha ultrapassado os Estados Unidos ao transformar-se no primeiro consumidor mundial de energia. Poderíamos ler esta notícia de diversas maneiras: como uma prova da superioridade industrial chinesa; como uma evidência da persistente recessão nos Estados Unidos; como prova da crescente popularidade dos automóveis naquele país oriental; e até como prova de uma maior eficiência energética em comparação com a norte-americana. Todas estas observações seriam válidas. Mas evitariam a questão principal: ao transformar-se no principal consumidor planetário de energia, a China assegurará o seu papel dominante no cenário internacional e determinará o rumo do nosso futuro global.Se tivermos em conta a ligação estreita entre energia e economia global, bem como as dúvidas crescentes sobre a futura disponibilidade do petróleo e de outros combustíveis, as decisões chinesas em matéria energética passarão a ter um impacto de grande alcance. Como actor principal no mercado energético global, a China determinará de uma forma decisiva, não só os preços que se pagarão por combustíveis fundamentais, mas também os sistemas energéticos que predominarão daqui em diante. Mais: as decisões chinesas em matéria energética determinarão se a China e os Estados Unidos conseguem evitar ser arrastados para uma batalha global pela importação de petróleo e se o mundo escapará a alterações climatéricas de dimensões catastróficas.
Como aumentar a própria primazia no cenário mundial
É difícil apercebermo-nos do significado do novo predomínio chinês em matéria energética se não tivermos consciência do que este significou na sua época para a hegemonia dos Estados