Nas palavras de Hegel a Estética ou a Filosofia da Arte é a investigação do belo, mas o belo enquanto o que é ou deve ser, não é, para Hegel, o belo natural e, sim, o belo artístico. Mais precisamente Hegel diz que o objeto das “Lições sobre a Estética” é o reino do belo que é a arte. Para Hegel o belo artístico é o objeto de uma ciência do belo que confronta a apreciação do belo como natural, pois este permanece no campo da subjetividade e o belo é necessariamente a apreensão feita na idéia e pela idéia. Daí, afirma Hegel que “a pior das idéias que perpasse pelo espírito de um homem, é melhor e mais elevada do que uma grandiosa produção da natureza – justamente porque essa participa do espírito, porque o espiritual é superior ao natural”. Assim, temos que a arte é, para Hegel, uma forma particular de manifestação do Espírito e uma forma particular de manifestação da humanidade, que por aí expressa o que tem feito o que pensa e o que quer. O Espírito, diz Hegel, possui inúmeras formas de manifestação que são sempre resultados; a forma dessa manifestação é um meio pelo qual algo se faz e vem a ser o que é. Deve-se também mencionar de passagem que a arte expressa, em Hegel, um momento da história da humanidade ou da consciência que compreende as coisas de um modo particular. Assim, a arte é um saber das coisas apresentado na “Enciclopédia” como uma dissociação numa obra exterior que expõe quem a fez e quem a contempla. A arte também mediatiza o imediato ou apreende objetivamente o que é subjetivamente apreendido. Para Hegel a arte é algo plenamente compreensível porque é ação humana sujeita à inúmeras influências, mas é sempre e fundamentalmente ação humana. O que uma obra de arte realiza, segundo Hegel, é a suprassunção (!) de oposições, pois, deve-se lembrar, filosofar é reunir o que foi separado. Para Hegel o belo não é somente o que se percebe, ou seja, o estético, mas é também o que é sentido, conhecido e reconhecido. Se o belo deve e pode ser conhecido, então