Hedonismo Epicuro
27 a 29 de maio de 2009
Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil.
O HEDONISMO NA CULTURA CONTEMPORÂNEA E A FELICIDADE
EM FREUD: NOTAS PARA UMA ÉTICA DO PRAZER.
Eduardo Leal Cunha1
A partir das formulações freudianas sobre a felicidade enquanto objetivo maior da vida do ser humano e sua definição como mero programa do princípio de prazer, estabelecidas em seu texto de 1930 “O mal-estar na civilização”, procura-se estabelecer o contraponto a certa leitura crítica da cultura contemporânea apoiada na idéia de hedonismo e em sua vinculação ao enfraquecimento dos laços sociais e empobrecimento da experiência moral, indicando em que medida a colocação do prazer e da dor como elementos centrais na regulação dos laços sociais e da relação consigo mesmo aparece na modernidade e especificamente em Freud como fundamento positivo possível de uma atitude ética e, ao contrário do que pretende a leitura crítica em questão, como base necessária para o fortalecimento da relação com a alteridade.
Palavras-chave: psicanálise; cultura contemporânea; ética; felicidade; hedonismo.
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O que eu gostaria de apresentar são basicamente algumas notas em torno das formulações de Freud sobre a busca da felicidade, procurando contrapô-las a determinada leitura da cultura contemporânea na qual o individualismo aparece em estreita conexão com o hedonismo na produção de formas de subjetivação características da pós-modernidade, marcadas pelo enfraquecimento dos laços sociais e da solidariedade e, em termos psíquicos, pela exacerbação de um narcisismo ancorado na sensorialidade corpórea. (COSTA, 2004; BAUMAN, 1998, 2004). Procuraremos indicar, ainda que de modo breve, como é possível localizar em Freud uma elevação do prazer a elemento fundamental de cálculo na relação consigo mesmo e com o mundo, a qual, a despeito de qualquer pretensão moralizante, além de não implicar na supressão da dor, como uma leitura apressada