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2º Tema: Germânia de TácitoA grande obra tacitiana acerca dos usos e costumes dos antigos germanicos, foi elaborada ao tempo de Trajano, em plena guerra.
Tacito quis comparar os costumes corrompidos dos romanos com os primitivos e rudes, mas sadios, dos antigos povos germanicos. O que chama a atenção na referida obra não é somente a quantidade abundante de informações sobre as tribos germânicas, mas também o modo como ele escrevia, revelando certa admiração pelo seu objeto de estudo. Sua visão sobre esses “bárbaros” contrastava com a ideologia romana. Segundo Paul Veyne, arqueólogo e historiador francês a noção de barbárie tinha sentido de selvageria e incultura, em oposição à de humanitas, que designava o grupo dos homens que eram instruídos e que tinham conceitos avançados de justiça.
Os germanos desconheciam Estado e cidade. Sua vida social estava centrada na comunidade, na tribo, no clã, enfim, na família, em que o indivíduo encontrava sua razão de ser. A base de toda a estrutura social estava na comunidade de linhagem que assegurava a proteção ao grupo de pessoas sob sua autoridade. Numa posição superior estava a centena, organismo com funções judiciais e de recrutamento militar.
A região denominada pelos antigos como Germania não era de interesse romano até então. Era um país frio, de muitas florestas e de terreno pantanoso, de difícil acesso, e que provavelmente não esconderia nenhuma grande riqueza, pois os seus habitantes não davam demonstração de civilização. Mas a agitação que as populações dessa terra provocavam fez com que a atenção dos romanos se voltasse para lá.
Os romanos consideravam bárbaros aqueles que não eram seus compatriotas, com exceção dos gregos, de quem eram culturalmente tributários. Apesar de seu etnocentrismo, os romanos reconheciam que havia civilizações igualmente grandiosas, mas que estavam tão longe que não poderiam oferecer qualquer perigo. Roma era o “centro do mundo”, mas não de todo o mundo conhecido; Roma era