HARTMANN E GADAMER - arquitetura e filosofia
Nicolai Hartmann (1881-1950) fez uma das mais ambiciosas tentativas de reelaborar uma estética no século XX. Influenciado inicialmente pelo neokantismo (corrente filosófica que preconizou o retorno aos princípios de Immanuel Kant, opondo-se ao idealismo, a todo tipo de metafísica e contra o cientificismo positivista. Pretendia portanto recuperar a atividade filosófica como reflexão crítica acerca das condições que tornam válida a atividade cognitiva – principalmente a Ciência, mas também os demais campos do conhecimento – da Moral à Estética.) e mais tarde pela fenomenologia (afirma a importância dos fenômenos da consciência, os quais devem ser estudados em si mesmos), Hartmann observa que já na percepção cotidiana apreendemos não só o sensível, mas também elementos não sensíveis (como exemplo, ele cita que: “ Entramos em uma habitação e vemos a pobreza ou riqueza, o descuido ou o gosto de seu dono“). A percepção penetra nas formas sensíveis e apreende o fundamento suprassensível, que se manifesta na matéria (como exemplo, ele cita que quando vemos um rosto não vemos apenas as características formais, mas também a ira, a dor, etc.). Essa característica da percepção humana constitui o fundamento da percepção estética. O que distingue a obra de arte dos demais objetos é que nela o significado está vinculado ao observador. O objeto possui a percepção sensível, que capta as propriedades e outra suprassensível, que apreende o significado.
Assim como a música, a arquitetura é uma arte não representativa, pois não é capaz de imitar diretamente o homem e os demais entes. Mas essa semelhança logo se apaga, pois a música não possui uma finalidade prática, enquanto a arquitetura “está sujeita ao fim extraestético de maneira tão ampla que a falta desse fim a suprimiria.
Hartmann distingue três estratos externos na obra arquitetônica: a composição segundo uma finalidade (a utilidade), a composição formal e a composição dinâmica (solidez).
Inspirado