Hanseníase: por que ainda não acabamos com ela?
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae que afeta a pele e os nervos periféricos e, quando não tratada, provoca danos severos ao doente. A doença afeta a humanidade a pelo menos 4.000 anos e, apesar de ter tratamento e cura, ainda é questão de saúde pública no Brasil. O país ocupa a 2ª posição no mundo com maior número de casos da doença. Mas, por que essa doença ainda não foi controlada em nosso país? Existem muitos motivos: falta de adesão do paciente ao tratamento, preconceito e pouca informação por parte da sociedade, falta de capacitação dos profissionais de saúde para diagnosticar a doença e também negligência de alguns gestores públicos municipais, com falta de atenção e empenho voltados ao controle da hanseníase. A hanseníase é transmitida por meio das vias respiratórias de uma pessoa infectada que esteja eliminando o agente causador. O contato com a pessoa infectante precisa ser íntimo e prolongado, em lugares fechados, úmidos e pouco ventilados, ambientes comuns em moradias das camadas menos favorecidas economicamente. Inicialmente se manifesta por lesões na pele como manchas esbranquiçadas e avermelhadas e perda da sensibilidade. Estas manchas se assemelham a lesões provocadas por outras doenças de pele, por isso, muitas vezes o diagnóstico não é feito de modo correto e o paciente acaba sendo tratado para outra doença. É comum ouvirmos relatos de pacientes que passaram por vários profissionais antes de descobrir que tinham hanseníase, o que evidencia a completa falta de conhecimento e preparo de médicos e profissionais da saúde. Enquanto todos os agentes de saúde do país não estiverem preparados para diagnosticar a hanseníase, o Brasil continuará tendo altos índices de prevalência. Precisamos capacitar melhor nossos profissionais, especialmente os da rede pública, como os da saúde da família, que têm contato direto com a população. Isso pode ser