HANS JONAS
O primeiro “dever incondicional” de todos é agir de molde a promover a conservação da humanidade, em sua existência e natureza. Hans Jonas
Hans Jonas (1903-1993) - Alemanha
Sua presença foi marcante no final do século XX na área da ética aplicada ao contexto vigente civilização tecnológica, que tem apresentado novos e ingentes problemas à reflexão ética. Segundo alguns, é ponto de referência inelidível à contemporânea discussão relativa à possibilidade de uma macroética da humanidade. A sua principal obra que o tornou famoso no mundo inteiro foi a “O princípio da responsabilidade” em 1979 e outra obra que descreve a parte prática de sua ética é Técnica, medicina e ética publicada em 1985. Essa abordagem feita por José Nedel tem o objetivo de revistar os mais importantes problemas da bioética.
Totalitarismo da tecnociência
Segundo ele, Francis Bacon foi o iniciador da utopia moderna, com o seu saber é poder, isso remete a “colocar o saber a serviço do domínio da natureza”, essa utopia se transformou hoje numa ameaça. A tecnociência tem conferido aos homens poderes cada vez maiores. Esse totalitarismo acaba pondo em risco o mundo natural e a humanidade inteira, dentro dela está em jogo sua sobrevivência física e também a própria integridade da sua essência. Como mostrado em sua obra “O princípio da responsabilidade”, ele fala que o progresso científico se transformou numa espécie de “Prometeu definitivamente desacorrentado”, colocando em xeque as condições globais da vida humana, o futuro da espécie e da natureza como um todo.
A ação decorrente do saber científico e tecnológico não cessa de aumentar em que hoje encontramos menos regras capazes de exercer um efetivo controle sobre eles. Esse poder desmedido conferido à razão, segundo ele, leva a um profundo “vazio ético”. Em que se afirma hoje que a ciência é a única fonte de verdade, mas na realidade se perderam os fundamentos dos quais teria sido possível