Hans em Roudinesco – Complexo de castração Caso “Pequeno Hans” A análise de uma fobia em um menino de cinco anos aconteceu no primeiro semestre de 1908. O menino, o qual chamamos de Hans, teve sua análise conduzida pelo próprio pai, amante da psicanálise e discípulo de Freud. Max Graf e sua esposa, Olga, ambos seduzidos pela psicanálise, ela então, a esposa, outrora havia sido paciente de Freud, resolveram criar seu filho, o pequeno Hans, evitando métodos coercitivos. Desta forma, levaram sua criação da maneira mais natural possível, muito diferente dos padrões normativos da época. Hans, por um bom tempo, foi filho único, tinha o amor dos pais, não era frustrado em nada, e ainda dormia na cama dos genitores com a autorização materna independentemente das sinalizações ineficazes do pai. No período do auto-erotismo, Hans passou a ter enorme interesse por seu “faz pipi”, e pelo dos outros também. Todo mundo possuía um pipi, inclusive até um determinado momento os objetos inanimados, os quais mais tarde ele conseguiu verificar que não e diferenciar dos objetos animados. Até mesmo sua mãe possuía um pipi (infelizmente foi o que a “enorme” disse). Em determinada ocasião o menino fora surpreendido por Olga quando manipulava seu genital, e a mesma disse-lhe que caso ele não parasse mandaria cortá-lo. Aqui não houve nenhum tipo de culpa, mas marca a entrada no complexo de castração, nome dado ao conjunto de fantasias e angústia. Freud destacou também que, ao apresentar a escolha de objetos, tal qual ocorre com adultos, Hans deu exemplos de perversidade. Nesse momento houve o nascimento de sua irmãzinha, Anna. Hans sentiu muito ciúmes, a odiou e sentiu medo de perder o amor parental daquela mãe enorme que ele tanto amava. Nesse ínterim, ao assistir a um banho de Anna, ele percebeu as diferenças anatômicas entre meninos e meninas, e teve um sonho erótico com uma menina, claro, deformado pelo filtro do recalque, no qual prolongava seu desejo de estar na cama dos