HANNAH ARENDT COISA PU BLICA
Com a revolução industrial do século XIX surge as sociedades manufatureiras de bens de consumo de reduzida durabilidade, não mais focando-se na utilidade do produto e com isso reduzindo o homo faber para a predominância do animal laborans. 1Com isso, nasce o caráter instrumental do processo, “já não é o movimento do corpo que determina o movimento do utensílio, mas sim o movimento da máquina que impõe os movimentos ao corpo.”2
Esse novo modelo social desloca o utilitarismo clássico para o princípio da felicidade de Jeremy Bentlam, “em que se substitui a lógica instrumentalista do homo faber pela lógica hedonista do animal laborans da maximizaçãoo do prazer.”3 Isso fez com que a política fosse subsumida pela economia.
“Concomitantemente, nota-se que a homem vai perdendo a contemplação com a natureza passando ao contato com a cidade e as coisas produzidas e adquiridas pela sociedade, que por sua vez, o mundo das coisas vai “engolindo” a humanidade, tornando individual e consequentemente, vai tornando cada um, cada vez mais solitário.”
As sociedades de classes findam-se no século XIX com o surgimento das sociedades de massa, com a revolução industrial e a mecanização do trabalho organizado.
Essa sociedade de massa para Arendt indica que grupos foram absolvidos por uma sociedade única, dissolvendo diversos grupos sociais numa grande multidão amorfa.
Isso porque, antes, com a divisão de classe, a solidão e a diferença era sempre problema de uma classe, já com a massificação das comunidades, “a distinção e a diferença reduziram-se a questões privadas do indivíduo.4
E esse isolamento, levou ao surgimento do lúmpen, nome que Arendt deu ao refugo da burguesa composta de “boêmios, desajustados, pelos socialmente fracassados, aventureiros demagogos e revolucionários” que constituiu na força motriz das massas. Herdando os padrões e atitudes da classe burguesa, no entanto, sem