haikais
Os linguistas brasileiros, por exemplo, subdividem o país em dois tipos de falas, a do Norte e a do Sul; outros ainda preferem a dualidade Litoral/Sertão (que parece ter sido adotada por Euclides da Cunha).
Os geógrafos, por sua volta, assumem outro critério na sua subdivisão regional do Brasil, apresentado em cinco grandes áreas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Darcy Ribeiro e o povo brasileiro
Para Darcy Ribeiro, como antropólogo, o método adotado centra-se no homem que lá vive, nas suas características locais, modo de sobrevivência, cultura dotada e a religião que segue (sabe-se que, no Brasil, uma das maiores nações católicas do mundo, permite-se a pratica de uma série de outros cultos, tanto os de descendência indígena e africana como as importadas da Europa pelos imigrantes).
Os diversos brasis que surgem na sua obra são então apresentados como se segue:
DARCY RIBEIRO E OS BRASILEIROS DO BRASIL
O Brasil Crioulo
Deita raízes na região litorânea do Nordeste – do Recife à Salvador – e tem como sua célula produtiva e, por que, civilizatória o engenho açucareiro. É ele, o açúcar, que dá configuração a tudo, estendendo-se para regiões anexas, como Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. A matriz social encontra-se polarizada entre o senhor (branco) e o escravo (africano), que se mantém com minúsculas roças de mandioca e subprodutos do engenho, como a cachaça, rapadura e outros elementos utilitários e artesanais que complementam a manutenção. O senhor, que se converte uma "aristocracia local", reside na Casa Grande, o escravo, acorrentado, na Senzala. As características singulares da plantação são a extensão latifundiária do domínio; o predomínio da monocultura e a concentração da mão-de-obra. O Brasil crioulo foi o principal embrião da indústria lavoreira que surgiu mais tarde e se expandiu para outras