Habitus, Campo e Capital - Resumo
O foco desta resenha aponta para os conceitos Habitus, Campos e Capital, centrais da obra de Pierre Bourdieu.
O campo é um espaço de jogo e de luta entre o novo (dominados, pretendentes) e os dominantes. É um espaço estruturado de posições que são objectos de disputas. As posições independem de seus ocupantes para existirem. Cada campo possui propriedades suas que as diferenciam dos outros campos apesar de possuírem leis que não variam. Os dominantes criam as regras. Cada campo possui uma doxa, ou seja, regras e verdades implícitas que são conhecidas pelos dominantes do campo e que ao serem desveladas pelos dominados garantem-lhes alguma possibilidade de impor uma nova doxa. As regras são objecto de luta.
Uma das lógicas do campo é que os envolvidos possuem interesses em comum. Por exemplo, no campo científico todos os envolvidos têm interesse em serem citados, além de terem publicações em revistas e jornais científicos; assim há a reificação de que tal doxa expressa a verdade e desta forma impõe-se num fluxo "natural".
As riquezas que existem no campo são chamadas de capital. Para cada campo há um capital específico que deve ser acumulado afim de que o seu detentor possa assumir a posição de dominância. Exemplos: capital científico (livros, publicações etc); capital social (os relacionamentos sociais; ser figura pública ou amigo de alguém conhecido ? vale para todos os campos); capital cultural (viajar para vários países, falar várias línguas, assistir a vários filmes e exposições de arte...) etc. Essas riquezas acumuladas se prestam a conseguir uma posição de dominância no campo.
O capital acumulado num determinado campo pode ser transferido para outro, desde que ambos os campos requeiram os mesmos. Por exemplo, quem é modelo acumula capital que pode ser convertido para o campo das telenovelas somado a outros capitais específicos; jogadores de futebol podem tornar-se comentaristas esportivos. Alguns campos disputam entre