HABITAR SA O PAULO De Bora Cavalheiro
Arquitetura e Urbanismo
24 de junho de 2014
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ESTUDO BIBLIOGRÁFICO _!
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URI . Planejamento Urbano IV . Arq. Msc. Hugues Velleda Soares
HABITAR SÃO PAULO reflexões sobre a gestão urbana
Não Existe Amor Em SP!
Criolo!
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Não existe amor em SP
Um labirinto místico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
De um postal tão doce
Cuidado com doce
São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você"
Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel
Aqui ninguém vai pro céu"
Não precisa morrer pra ver Deus
Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você
Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus"
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É, de longe, uma das canções mais sinceras já feitas sobre a solidão paulistana, a desilusão da letra sobre as
“almas vazias” que vagam pelos bares de São Paulo, é sustentada por uma base de trip-hop orgânico, tornando-a um novo, e bem-vindo, clássico da música brasileira.
“Quando eu falo que Não existe amor em SP, é mais ou menos isso. O amor tá naquilo que as pessoas têm vergonha de ver, na delicadeza. Não na cidade, nas prioridades do sistema.” (CRIOLO, 2012).
Os versos da canção Não existe amor em SP falam sobre o abismo entre a cidade e as pessoas, sobre a solidão de viver entre milhões de desconhecidos, onde a cidade é uma imagem de cartão postal, intocável, impenetrável em seu mundo bizarro e violento, onde ela revela o que de pior pode existir, mas dentro de uma aparência suave, delicada e singela como um buquê. A tomada de consciência de que esse buquê não tem vida, pois são flores mortas, remete ao poeta e ao ouvinte os diversos discursos e cenários trágicos, num plano multissensorial estabelecendo os cinco sentidos: “Um labirinto místico”