Habermas
Jürgen Habermas* é visto como herdeiro do pensamento crítico da Escola de Frankfurt. É um dos pensadores contemporâneos que, diante da clássica concepção de razão que moldou o pensamento Ocidental e da problemática instaurada pela filosofia moderna, aponta uma nova proposta para o filosofar.
Para ele, a compreensão de Filosofia não pode se basear única e exclusivamente numa concepção de razão que considera como conhecimento somente aquele provindo da relação sujeito-objeto ou de uma razão fechada em si mesma. Pelo contrário, o saber filosófico deve ampliar seu conceito de racionalidade e considerar, sobretudo, a relação entre sujeitos como forma primordial de conhecimento: “[...] o paradigma do conhecimento de objetos tem de ser substituído pelo paradigma da compreensão mútua entre sujeitos capazes de falar e agir’’ (HABERMAS, O discurso filosófico da modernidade, p.276).
Desta feita, a reflexão filosófica, de acordo com Habermas, não pode rejeitar as diferentes manifestações da razão, fazendo com que uma forma de pensar a racionalidade se sobreponha às outras. Este filósofo rompe assim com o conceito de uma filosofia entendida como um saber superior e universal, que deva reger a cultura (COUTO, Ética do discurso segundo Jürgen Habermas, p.285). Sua proposta é de uma Filosofia discursiva, que tenha a veracidade do seu conhecimento pautada na comunicabilidade dos sujeitos tendo a linguagem como mediadora. Para tal proposta, Habermas apresenta uma nova atitude frente à racionalidade.
A proposta de um novo modo de pensar a racionalidade surge frente ao paradigma da modernidade, aquele de uma razão subjetivista, centrada única e exclusivamente no sujeito. Esta concepção de racionalidade dá ao sujeito da razão um poder identificador, que subjuga tudo em volta de si. A razão moderna está empenhada na auto-afirmação e na auto-formação subjetiva. Não há abertura para a comunicação com outros sujeitos e com o próprio mundo da