Habermas, e o papel da sua teoria na resolução prática da crise da modernidade.
Em Teoria da Ação Comunicativa, Habermas rompe com o diagnóstico negativo da saúde da esfera pública no mundo contemporâneo. Para o autor, a modernidade, enquanto projeto de emancipação da vida humana nas diversas formas de alienação, ainda não esgotou suas potencialidades, apesar das trágicas experiências históricas vividas pela humanidade em nosso século; ela contém um potencial prático e cognitivo que não foi completamente explorado, mas, ao contrário, pervertido pelo capitalismo. A razão comunicativa liberada pelas circunstâncias históricas de formação do capitalismo foi subordinada à razão instrumental, associada dialeticamente à sua ascensão. Nesse sentido, trata-se de resgatar esta dimensão do mundo moderno para prosseguirmos o trabalho de emancipação.
O conceito-chave é o conceito de comunicação, cujos fundamentos, no entendimento de Habermas, as teorias sociais têm seu destino vinculado à práxis e nessa medida estão sujeitas não somente a perderem seu potencial de esclarecimento, mas também acabarem tornando-se meios de mistificação da realidade. Porém, isto não significa necessariamente sua falência, na medida em que podem ser submetidas à reconstrução.
A teoria da comunicação contida em estado embrionário no interacionismo simbólico parece ser o caso para nosso autor, que visualiza na mesma a ferramenta conceituai capaz de regular nossa práxis e esclarecer o caminho de nossa emancipação. Habermas parte da reformulação do esquema base/superestrutura, substituindo-o pelo binômio sistema/mundo da vida. Para ele, a sociedade contém uma dimensão sistêmica. que se desenvolve de modo cada vez mais complexo e autorregulado, especialmente no plano econômico, como revelam os teóricos funcionalistas.
Porém, não se esgota nela, como pretendem esses últimos, compreendendo ainda a dimensão hermenêutica e intersubjetiva do mundo da vida. O sistema é dominado por uma