Gênio Indomável - A Relação Psicoterapêutica nas Perspectivas Fenomenológico-existenciais

Gênio Indomável
A Relação Psicoterapêutica nas Perspectivas Fenomenológico-existenciais

Análise do Filme Good Will Hunting (Gus Van Sant, 1997) baseada em quatro cenas da obra. Estudo dirigido da disciplina Psicoterapias – Abordagens Fenomenológicas do 6º semestre do curso de Psicologia.
Cássio Tessmer
Centro Universitário UDF

A fenomenologia e o existencialismo buscam compreender o ser humano enquanto indivíduo, tendo como centro de sua observação a pessoa, e não as teorias gerais sobre o homem (Tavares Filho). Assim, um psicoterapeuta nessa perspectiva suspenderá seus conceitos a priori para estabelecer com o cliente uma relação de mão dupla (Salgado, 2007), um encontro existencial entre duas pessoas (Tavares filho) que se dá pelo entrelaçamento de seus mundos fenomenológicos (Salgado, 2007) e, no qual, “o profissional privilegia o ser do cliente, o que ele sente e o que ele pensa, isto é, o ser existir naquele momento” (Lima, 2008), ou como defendia Husserl (apud Silva), a necessidade de se voltar às coisas mesmas. Esse princípio encontra-se exemplificado na cena em que Sean diz que só poderá saber sobre Will se ele falar, e não por ter lido “uma porcaria de um livro”, pois a psicologia humanista enfatiza a experiência pessoal subjetiva, não se preocupando muito com o estudo científico da personalidade (Gazzaniga; Heatherton, 2005, p. 475).
Um dos objetivos da psicoterapia humanista é encorajar a pessoa a atingir seu potencial individual de crescimento pessoal por meio de um maior auto-entendimento (Gazzaniga; Heatherton, 2005, p. 474). O feedback pode ser empregado com tal finalidade, uma vez que oferece à pessoa a oportunidade de experienciar a si mesma (Tavares Filho), assim como faz Sean na cena em que critica a “superfilosofia” de Will, agindo “como um catalisador que ajuda o paciente a passar pelos pontos da ‘fuga’ e do impasse” (Tavares Filho), adicionando que ele (Will) não aprenderá isso de “um velho como [ele]”, e que “mesmo que soubesse não