Gênese do capitalismo financeiro nos EUA
O Objetivo desse trabalho é discutir historicamente o desenvolvimento do capital financeiro nos EUA1. O nosso propósito é discutir as possibilidades da leitura desse conceito mais amplo e abstrato dentro de casos históricos mais específicos. A escolha do caso americano foi feita por poder nos iluminar mais aspectos daquilo que seria conhecida como era de ouro do capitalismo pela posição que os EUA ocupavam ali como país hegemônico2, buscaremos os aspectos da organização das empresas, da riquza e das modificações no modo de vida nos EUA em busca das raízes das transformações fundamentais que se deram nesse período3. Desse ponto de vista é possível enxergar um inicio das alterações que se desenrolam nas décadas de 50, 60 e 70 em todo mundo, a partir das mudanças que se iniciaram na década de 1840, e se consolidaram nas primeiras décadas do século XX. Destacaremos inicialmente, de forma breve, a leitura de capital financeiro em que esse trabalho utilizará. Em seguida discutiremos a gênese do capitalismo financeiro nos EUA e sua evolução até sua consolidação. Por fim mostraremos como a evolução do capitalismo financeiro nos EUA exige mudanças substanciais no modo de vida das classes trabalhadoras. Como já introduzido na nota 1 acima, partiremos da contribuição de Pinto (1994) para a caracterização do conceito de capital financeiro que utilizaremos na análise do capitalismo americano. Sobre isso o autor afirma:
“(...) a noção de capital financeiro deve ser compreendida – nos termos da contribuição de Hilferding – como resultante de um duplo movimento: a crescente organização dos recursos produtivos sobre a forma de sociedade por ações, e a substituição da posse de bens tangíveis pela propriedade de títulos negociáveis como elemento dinâmico do processo de acumulação da riqueza privada.”4
Tais movimentos estão umbilicalmente ligados gênese da moderna empresa capitalista e do que ficou conhecido na