Gêneros literários infantis
As narrativas infantis abrangem várias espécies literárias, que podem ser agrupadas quanto à origem, em folclóricas e artísticas. Na primeira, incluem-se as histórias criadas coletivamente pelo povo em diferentes épocas, como fábulas, contos populares, lendas e contos de fadas tradicionais. Na segunda, estão as obras escritas por autores identificados nominalmente, abrangendo contos de fadas modernos, textos infantis que, por sua brevidade, simplicidade de enredo e relação estreita entre discurso e imagem, são denominados histórias curtas e narrativas formadas somente por imagens.
Cada uma das espécies pode constituir-se objeto de leitura para as crianças em processo de alfabetização, segundo seus interesses. É importante que o professor conheça os vários tipos de narrativas, a fim de que coloque à disposição de seus alunos textos diversificados quanto à espécie, ao assunto e ao tema, para que eles, diante das opções oferecidas, procedam à escolha. Com o objetivo de colaborar com o professor na escolha de obras a serem sugeridas para seus alunos, apresenta-se a seguir um levantamento desses tipos de textos, mostrando-se suas principais características.
Fábulas
A fábula, em sentindo amplo, pode ser definida como uma narrativa curta com ações protagonizadas por vegetais, objetos, animais e seres humanos, que, apresentando uma moral implícita ou explícita, tem como função divertir e instruir. Sua estrutura divide-se em duas partes: (1) a narrativa, também chamada de corpo, em que se revelam as ações realizadas pelos seres acima citados e, (2) a moral, denominada de alma, que explicita o ensinamento pretendido. A fábula apresenta um discurso alegórico resultante da harmonia das duas partes de sua estrutura. Dessa forma, a leitura de obras como “O cordeio e o lobo”, de La Fontaine¹, evidencia como ingênuo e o inocente podem tornar-se presa fácil do prepotente; “A raposa e as uvas”, também de La Fontaine, mostra o ridículo do