Gênero e animações
Kabuki (歌舞伎) é uma forma tradicional japonesa de teatro com raízes remontando ao Período Edo. No início só as mulheres atuavam dentro do kabuki e vestiam se como homens ao representarem personagens masculinos. “Okuni-kabuki”, como era chamado, provocou um escândalo na época, quando os homens que ia assistir estavam mais preocupados com a beleza das atrizes do que propriamente com o espetáculo. O “okuni” dava ênfase exagerada no sensual e no sensacional, convertendo-se no fator decisivo da imoralidade da sociedade, amante do prazer e das coisas mundanas. No ano de 1629, esse tipo de teatro foi proibido pelo governo. O espetáculo passou a ser encenado então por homens que interpretavam papéis femininos.
O kabuki conhecido hoje, surgiu posteriormente formado somente por homens. A arte de se transformar em mulher foi criada na época em que atores especializavam-se nessa modalidade. A beleza de “Onnagata” obedeceu a um padrão idealizado por homens, ou a forma de como a mulher devia portar-se. Aquela feminilidade exagerada não é natural do desempenho de uma mulher, mas calcada em certos conceitos da observação masculina. Na Inglaterra da Idade Média, os atores das peças Sheakesperiana também tinham que se travestir-se de mulheres, não sendo, portanto uma característica unicamente do Japão.
Um exemplo deste tipo de teatro pode ser encontrado na animação japonesa “No. 6”, onde um dos protagonistas se veste de mulher para participar de uma peça de teatro, em uma comunidade onde este era um dos únicos meios de lazer oferecidos á população.
Androginia
Para os psicólogos, médicos e até estilistas, a androginia é um fenômeno cultural, nada tem a ver com a bissexualidade ou o homossexualismo. “O que está em jogo é o papel social desempenhado pelo indivíduo. A pessoa andrógina não precisa ter, necessariamente, comportamento sexual ambíguo”, explica o sexólogo Oswaldo Rodrigues Júnior, de São Paulo, vice-presidente da Sociedade