Gênero na sala de aula a questão do desempenho escolar
Fortunas pelo social
ONGs comandadas por famílias abastadas e grandes empresas ampliam seus investimentos sociais no País.
Por Rosenildo Gomes FERREIRA
Em 2011, a bilionária americana Margaret Cargill encabeçou a lista dos maiores doadores do Estados Unidos ao deixar de herança US$ 6 bilhões para duas ONGs. O gesto surpreendeu não apenas pelo elevado valor como também pelo fato de ter ocorrido no período em que a economia americana vivia um de seus períodos mais sombrios. De acordo com o site The Chronicle of Philanthropy, Margaret foi acompanhada por outros 13 milhões de americanos, de todos os estratos sociais, que desembolsaram um total de US$ 10,4 bilhões para causas sociais, no período, o triplo do registrado em 2010. Por aqui, esse fenômeno ganha contornos antagônicos. Enquanto o volume de doações individuais vem caindo (leia quadro abaixo), os desembolsos feitos por instituições empresariais e aquelas ligadas a famílias abastadas não param de crescer.
(esq. para dir.) Joesley Batista, da Fundação JBS; Pinheiro Filho, da Fundação Israel Pinheiro;
Denise Aguiar, da Fundação Bradesco e Jacob Steinberg, do Instituto Rogério Steinberg. E é isso que deverá mostrar a nova rodada da pesquisa do Gife sobre o investimento social privado, que deve ser concluída até o final do ano. “Investir em ações sociais se tornou parte integrante da estratégia de geração de valor das empresas”, diz Fernando Rossetti, secretário-geral do Gife, entidade que congrega as maiores fundações e institutos ligados a empresas e famílias brasileiras. “E, no caso dos empreendedores, é a forma de deixar um legado para a sociedade.” O último dado disponível, referente a 2010, indica que o chamado terceiro setor movimentou R$ 2 bilhões no País. E tudo indica que o número deverá crescer ainda mais. Isso porque começarão a aparecer no radar do Gife os desembolsos feitos pela safra de ONGs criadas nos últimos três anos. A lista inclui o Instituto