Gênero na escola
Gênero na sala de aula: a questão do desempenho escolar.
Quando falamos em ralação de gênero na educação, quase sempre dois assuntos são evocados de imediato: questões ligadas à sexualidade e à constatação de que a grande maioria dos professores da educação básica no Brasil são mulheres, a chamada “feminizaçao” do magistério. Ambos os temas são importantes, mas o debate sobre gênero vai muito além deles, o fato de restringirmos o uso desses conceitos a essas temáticas tem empobrecido nossa compreensão dos problemas educacionais do Brasil.
DESCUTINDO O CONCEITO Diversas definições distintas vêm convivendo no interior dos estudos feministas. Uma primeira utiliza gêneros como oposto e complementar de sexo. Uma segunda definição de gênero mais recente, não opõe a sexo, mas inclui a percepção a respeito do que seja sexo dentro de um conceito socialmente elaborado de gênero. O gênero não seria um conceito útil apenas na compreensão das interações entre homens e mulheres, porem uma parte importante dos sistemas simbólicos e, como tal, implicado na rede de significados e relações de poder de todo o tecido social (SCOTT, 1990; NICHOLSON, 1994). Homens e mulheres na educação escolar brasileira.
A lenta democratização do sistema educacional brasileiro, ao longo da segunda metade do século XX, beneficiou de forma marcante as mulheres. De acordo com os dados do Ministério da educação (MEC/Inep, 2004, 2006) e do IBGE (2004), em 1960 os homens acima de 15 anos de idade tinham em media 2,4 anos de escolaridade e as mulheres 1,9; já em 2003, eles estudavam 6,4 anos em media e as mulheres 6,7. Em 2005, as moças representavam 54% dos alunos do Ensino Médio, e quase 58% dos concluintes. No Ensino Superior, elas são maioria desde os anos 1980 e em 2004 passavam de 62% entres os concluintes, embora concentradas em algumas carreiras, especialmente nas Ciências da Saúde e nos cursos de formação de professores. Por que os alunos “tropeçam” mais que as