Gustavo piqueira
Publicado em setembro 16, 2012
O premiado designer paulista Gustavo Piqueira criou, dirige e fez o projeto gráfico de coleção explicitamente dedicada aos jovens leitores: a Ideias vivas (WMF Martins Fontes). Na contracapa dos volumes, o texto deixa claro o objetivo da empreitada: “Aproximar do público importantes textos filosóficos, para que eles possam cumprir o propósito de ajudar a cada um de nós na busca do autoconhecimento e da realização”.
Até agora já foram lançados Como distinguir o amigo do bajulador, de Plutarco (45-120); Diversão e tédio, de Pascal (1623-1662); e Sobre os enganos do mundo, de Sêneca (4 a.C.-65). Vêm aí Bastar a si mesmo, de Schopenhauer (1788-1860); O parasita, de Luciano (125-181); e Prazer, dor, as paixões, de John Locke (1632-1704). As datas de nascimento e morte dos autores podem gerar resistências. Mas o ousado design cuida de afastá-las com charme e eficácia dignos de nota.
A coleção, explica Gustavo Piqueira, surgiu da experiência dele como leitor. “Percebi que alguns textos da filosofia dita clássica poderiam ter interesse para o leitor comum, como eu, mas afastado por uma espécie de proibição invisível, aquele ‘não é para mim, não tenho erudição suficiente para encarar esse tijolo de 700 páginas escrito no século 2 com 200 notas de rodapé’. A ideia central do projeto foi, exatamente, remover essa barreira”, conta. “São textos para serem lidos e não estudados”, observa.
Para tanto, Gustavo trabalhou “por camadas”. Selecionou trechos menores, com temática menos específica, desenvolveu projeto gráfico com tom contemporâneo e optou por usar ensaios fotográficos com temas distantes do conteúdo textual. “O design é um discurso complementar, não apenas à filosofia, mas a quaisquer outros temas. Esse complemento não precisa, necessariamente, seguir o tema principal”, argumenta Gustavo Piqueira. “Há a possibilidade de o design andar num caminho diverso e, ainda assim, encaixar bem. Quase