Gustaf Aulen - A fé cristã
AULÉN, Gustaf. A Fé Cristã. Tradução de Dirson Glênio Vergara dos Santos. São
Paulo: ASTE, 2002. p. 274-290
A IGREJA UMA, SANTA, ECUMÊNICA E APOSTÓLICA.
Deveria existir uma só Igreja do Senhor, mas estamos divididos em várias denominações e ainda mais, brigamos entre si. A universalidade da Igreja é, em muitos casos, deixada de lado e o que aflora é um exclusivismo. A Igreja sofria perseguições, era maltratada, e em muitos casos seus membros eram mortos. Ela era visível, pregava o evangelho nas praças, batizava os crentes, tomava a ceia e praticava disciplina.
Influenciada pelo pietismo, cria-se os termos Igreja visível e Igreja invisível, a primeira seria a Igreja ideal e essencial, a segunda seria as denominações concretas, empíricas e históricas.
Esses conceitos, segundo o autor trazem muito prejuízos para a Igreja, já torna o que é essencial em algo “pálido e frágil ideal, uma mera abstração” 1, destruindo a consciência da Igreja, e cada dia o que deveria ser santo e espiritual passa a ser organização humana de terrena, “a Igreja espiritual e “invisível” não tinha realidade efetiva e a Igreja “visível” deixava de ser Igreja2.
Segundo o autor, a ideia que até nos dias da Reforma Protestante não tinha se ouvido sobre “Igreja invisível”, ou seja, que essa teoria teria nascido com Lutero e
Calvino é falsa. Lutero ao falar de invisibilidade da Igreja não depreciava da Igreja concreta e histórica, por que mais que não concordasse com os desmantelos da
Igreja Romana ela a chamava de “santa”. Em função de haver nela “batismo, sacramentos, a obra do Evangelho, as Santas Escrituras, os ofícios eclesiásticos, o nome de Cristo e o nome de Deus” 3.
No cristianismo primitivo não teria espaço para essa divisão na igreja, já eles reconheciam apenas uma Igreja, a da Páscoa e do Pentecostes, que era o corpo de
Cristo. A fé não se baseia só na experiência pessoal para constituir uma Igreja, ela tem como fundamentação a revelação